É engraçado chamar “Indiana Jones e o Templo da Perdição” um seguimento de “Raiders of the Lost Ark”. Este filme é uma prequela do sucesso de 1981, um filme em que os eventos que têm lugar realmente ocorreram antes dos eventos em “Raiders”. Note-se no início de “Raiders” que o ano é 1936. Em “Temple of Doom”, o ano é 1935. Vê o que quero dizer? “Indiana Jones e o Templo da Desgraça” é mais um passeio de montanha russa de um filme trazido à vida por Steven Spielberg e George Lucas. Harrison Ford está de volta como arqueólogo Indiana Jones que desta vez procura uma pedra sagrada que foi roubada de uma aldeia indiana. Ao longo da viagem está o cantor/entertainer americano Willie Scott (Kate Capshaw, também conhecido por Sra. Steven Spielberg) e o pequeno companheiro chinês Short Round (Ke Huy Quan). No seu caminho para encontrar a pedra, tropeçam num palácio que leva à porta do Templo da Perdição dirigido por um culto Thugee maléfico. A acção e os efeitos especiais são de primeira qualidade como seria de esperar, embora a história seja um pouco mais fraca do que era em “Raiders”. Além disso, a actuação do Capshaw deixa algo a desejar. Ela vai tão longe em algumas cenas que se desejaria que Karen Allen aparecesse como Marion. No entanto, Capshaw não é assim tão mau. Ela impressiona durante os tempos em que não está a gritar. Mas Ke Huy Quan (agora conhecido como Jonathan Ke Quan) sai melhor como o jovem companheiro de Indy. No ano seguinte estrelou no Spielberg produziu Richard Donner dirigiu “The Goonies”, mas depois disso não apareceu em muito. “Indiana Jones e o Templo da Perdição” só é muito divertido se conseguir passar pela personagem simpática de Kate Capshaw ou pela violência exagerada. Achei emocionante do princípio ao fim.
***1/2 (de quatro)
POINT OF INTEREST: este foi o filme que levou à criação da classificação PG-13 em 1984 (juntamente com o outro filme de Spielberg de 1984, “Gremlins”). Tanto “Indiana Jones e o Templo da Perdição” como “Gremlins” apresentam violência que a maioria das pessoas sentiu ser demasiado forte para uma classificação PG, embora a MPAA achasse que não era suficientemente forte para merecer uma classificação R (outros filmes de Spielberg que obtiveram classificações PG bastante intensas foram “Jaws”, “Poltergeist”, e o original “Raiders of the Lost Ark”). Assim, depois de “Indiana Jones and the Temple of Doom” e “Gremlins” terem aberto nos cinemas no início da temporada de filmes de Verão de 1984 e se terem tornado dois dos maiores êxitos desse ano, a MPAA percebeu que tinha de ser criada uma nova classificação. Nascia assim a classificação PG-13. Em Agosto de 1984, foram lançados os primeiros filmes com a nova classificação PG-13 (“Red Dawn” e “The Woman in Red”). Já não é uma nova classificação. A classificação PG-13 tem resistido muito bem nestes últimos 18 anos e vai continuar forte nos próximos anos. Mas lembrar-me-ei sempre de “Indiana Jones e o Templo da Perdição” como o factor principal para a criação da classificação PG-13.