Direitos negativos versus direitos positivos

Há muito poucas coisas em que eu concordo com Barack Obama, mas há pelo menos uma. Em 2001, ele descreveu a Constituição dos EUA como uma “carta das liberdades negativas”. Agora, sem surpresas, ele vê isso como uma coisa má. Ele preferia que a Constituição (ou o governo dos EUA livre de restrições constitucionais) fosse autorizado a conceder os chamados “direitos positivos” aos indivíduos.

Felizmente para nós, contudo, a Constituição baseava-se principalmente em direitos negativos.

Qual é a diferença entre estes conceitos? Para essa resposta recorro ao estimado economista e colunista Walter Williams. Ele explica que o conceito de direitos negativos “refere-se à ausência de constrangimento ou coerção quando as pessoas se envolvem em trocas pacíficas e voluntárias”. O conceito de direitos positivos, por outro lado, é “uma visão de que as pessoas devem ter certas coisas materiais – tais como cuidados médicos, habitação decente e comida – quer possam ou não pagar por elas”

Então qual é o grande problema? A existência de direitos negativos não cria conflitos. Tenho o direito de não ser esmurrado no nariz e vocês também. Eu tenho o direito de manter e portar armas e vocês também. Todos podem ter e exercer todos os seus direitos negativos ao mesmo tempo, sem qualquer problema.

Conversamente, a noção de direitos positivos está repleta de conflitos. Se tenho direito a certos bens e serviços, tais como cuidados de saúde ou educação, deve ser coagido a prestar-me esses serviços directamente ou a financiar aqueles que os prestam. Deve ser óbvio que isto cria um conflito inerente, porque para cada direito positivo que é criado é necessária a violação do direito negativo de alguém de não enfrentar agressão contra a sua vida, liberdade ou propriedade.

Felizmente, à medida que a nossa nação se afastou dos princípios consagrados na Declaração da Independência e dos direitos negativos reconhecidos pela Declaração de Direitos, começámos a assistir à criação de cada vez mais direitos positivos fictícios à custa dos nossos direitos negativos reais e inalienáveis. Qual é o resultado? Dirijo-me mais uma vez a Walter Williams:

“O que os tiranos dos direitos positivos querem mas não querem articular é o poder de usar à força uma pessoa para servir os propósitos de outra. Afinal de contas, se uma pessoa não tem dinheiro para comprar comida, habitação ou medicamentos e se o Congresso fornece o dinheiro, onde é que ele vai buscar o dinheiro? Tira-o de algum outro americano, utilizando à força essa pessoa para servir os propósitos de outra. Tal prática difere apenas em grau, mas não em espécie, da escravatura”

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